quinta-feira, 10 de junho de 2010

Não consigo expressar com palavras o nojo que passei a sentir pelo deputado Aldo Ribeiro (PCdoB-SP), queria poder cuspir-lhe na cara. O infeliz em questão lançou para votação um projeto que altera o Código Florestal brasileiro. Uma das propostas visa diminuir radicalmente o limite da faixa de preservação das margens dos rios e encostas. E mais: querem anistiar terras desmatadas até o ano de 2008, além de acabar com a obrigatoriedade de reservas legais para pequenos agricultores.
O episódio é festivo para os ruralistas, que estão mexendo os pauzinhos e usando toda a sua influência para levar a medida para votação ainda esse ano, o que dificilmente acontecerá tendo em vista a Copa e as eleições. A discussão deve ser adiada para ano que vem, pelo menos no Planalto Central.
Digo isso porque a sociedade precisa enxergar desde já que o país não pode andar em marcha ré. O Brasil é dominado por urubus, que estão se lixando para o futuro do país ou para a opinião pública, como já declarou, sinceramente, o deputado do PTB de Rio Grande do Sul, Sérgio Moraes, em 2009. Não é incomum que cínicos como Aldo Ribeiro proponham mudanças de caráter conservador. Basta lembrarmos do artigo original do Plano Nacional de Direitos Humanos, aprovado esse ano, que afetaria claramente a liberdade de imprensa e pressionaria a auto-censura dos jornais. É preciso, no mínimo, impedir a aprovação emendas cujas terceiras intenções chegam a tal ponto de atrevimento frente aos interesses nacionais.
Já não basta a crescente onda de tragédias que vêm desolando o Brasil? Como é possível que catástrofes como as de Santa Catarina e do Rio de Janeiro não façam germinar um broto de responsabilidade sobre a vida de tanta gente? Como já ponderou Marina Silva, o Brasil tem metas importantíssimas assumidas em Copenhague de reduzir as emissões de CO2 em até 39% que não serão alcançadas caso a modificação do Código Florestal seja aceita. Até mesmo os porcos latifundiários perderão em exportações, já que o país perderá credibilidade e respeito da comunidade internacional. Não esqueçamos que temos adotado uma posição de exemplo a respeito da redução de poluentes.
Na verdade, é tudo tão óbvio, não é mesmo? Considero esse texto que acabei de escrever redundante demais para meu gosto. Até crianças de Ensino Fundamental têm consciência dos problemas ambientais nacionais e globais. Será que nossos parlamentares faltaram a essas aulas? Agora, com licença, que vou vomitar.

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