sábado, 24 de setembro de 2011

De Irmão para Irmão


(Simples e direto)

Daniel Braz

Eu não quero fugir,
Mas não posso evitar.
Vão dizer que sou covarde,
Mas é complexo, mais que você pensa,
Assim como muitas outras coisas na vida.

Todo mundo tem os seus problemas,
Suas fraquezas, e os seus segredos.
E você sabe que me falta confiança,
Não é só você que quer espantar feridas.

Amigo não odeia, quer ajudar,
Te joga no chão, mas tenta te levantar,
Fala na cara, mas pensa antes de falar.
Sempre fui assim contigo.

Instinto de Sobrevivência

Daniel Braz

Se me tranco, protejo meu canto,
Terra sem lei e de um único dono,
Esperando conter o avanço de uma guerra perdida,
Pois não se vence em minoria, sobretudo sem vontade.
Mas no espelho só encontro a minha verdade.
Nem a dele, nem a sua, e como faz falta a alteridade...

Protejo meu canto, escolho a melodia,
E quero sempre a da minha música preferida.
Ou talvez aquela que eu fiz uma vez,
Aquela que não comove qualquer freguês.

Pra que o talento se não gera fortuna?
Pra que a razão se ela é fonte de dúvida?
Pra que preservar se naturalmente não dura?
E pra que temer uma ameaça que é nula?

Tenho medo de um futuro irreconhecível pra mim,
Onde não sei quem sou, e nem como vim.
Um caminho paralelo independente do fim,
Independente de tudo, que só eu percorri.

E se é impossível entender o que acontece aqui dentro,
Jamais saberei o que se passa contigo.
As minhas ideias já não fazem mais sentido.
Como pensar o macro, se não dou conta do micro?

Sobreviver no caos sem unidade de medida.
Identidade, uma arte sem ponto de partida.
Sonhar, desejo que conduz à vida plena.
São belos conceitos para sair da linha reta.

Não tenho mais meta, e assim com certeza é melhor,
Difícil é agir, já que a verdade não é uma só.
Agir é necessário, e exige firmeza,
Por mais que não se tenha certeza... que azar!
Duvidar, exercício pra te tirar da zona de conforto.
O desafio, enfim, é renascer quando já te deram por morto.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Exigente

Daniel Braz

Me chamam de exigente por querer esperar,
Discreto, contido, sozinho a me purgar.
Mas ajo sempre a meu favor...
Pois a astúcia pariu a dor,
E a dor me agradecerá.

Feliz serei apenas com quem devo estar,
Preservando a arte no olhar atento.
E me inspirar é sempre a minha meta,
Ar puro que me faz ser quem eu era.

Mas, se vale toda essa espera,
O seu fim é apenas aquele que me completa.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Por Você Não Vou Mudar (Sigo o Meu Coração)

Minhas composições são, para mim, a expressão mais sincera da minha alma. É a tradução poética dos meus sentimentos mais latentes. Através delas é possível afastar-se do ego e estabelecer um diálogo com si próprio.
Entretanto, expressar-se transcende a palavra. Aprendi a usar música para esse fim, e é engraçado como, às vezes, é preciso apenas fechar os olhos e procurar por alguns acordes para pôr pra fora sentimentos há meses entalados na garganta. Ouvir música muitas vezes consola, mas fazer purifica. É o potencial que ela tem de despertar emoções. Cada intervalo dentro de uma escala nos transmite uma sensação, e o segredo é saber sentir.
A música não existe sem o homem, e vai muito além da teoria. O homem, para fazer música, pode ser 100% auto-didata. E é por isso que, hoje, reconheço que minha noção racional de harmonia é completamente irrelevante se comparada ao instinto natural que vem do coração.

Criei esse post para deixar as estrofes de algo que compus recentemente. De todas as canções que eu já fiz e guardo com carinho sem que quase ninguém tenha escutado, acho que essa foi uma das que mais me emocionaram. Talvez a letra possa soar boba, mas vale a pena parar pra refletir sobre o que está por trás do óbvio... Mais uma vez, agradeço à música, minha mais fiel companheira e eterna paixão!

(Por Você) Não Vou Mudar
Daniel Braz

Por você não vou mudar,
A sua vaidade não vai contaminar.
Não vou mudar,
Melhor ficar na sua, em qualquer outro lugar.
Não vou mudar,
Nem vou aguentar esse seu blá blá blá.
Não vou mudar.

Meu amor, não fique assim,
Eu penso em você mas também penso em mim.
O valor de estar junto está na vontade de assumir
Que estar junto é compartilhar sem reprimir.

Por você não vou mudar,
Melhor ficar na sua, em qualquer outro lugar.
Não vou mudar,
A sua vaidade não vai contaminar.
Não vou mudar,
Nem vou aturar esse seu blá blá blá.
Não vou mudar.

Onde for, não vou mentir,
Ainda que você não concorde em ir.
O amor se sustentará sobre as bases de um só fim
Que no fim vai aproximar você de mim.

Viver feliz é crer em si,
Apenas ser e resistir.
Não diga nunca pra oposição,
Siga o partido do seu coração.
Ficar pra ver o que eu não vi
É renascer, crescer enfim.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ahn!?

Daniel Braz

Essa é pra aquele alheio ao redor,
Que extravaga euforia, cuja estupidez não anda só,
E olha pra frente à procura de um rumo
Sem se sentir mais um ser que desce ao submundo,
Poupando energia, fazendo pirraça,
Vagando vazio, pensando no nada.

Para ele, é como se não saísse de casa,
Como se a internet não tivesse sido inventada,
Como se realidade fosse ficção,
Onde o homem permanece primata.
É como se o cosmos fosse magia,
E não houvesse sociedade de massas,
E os valores fossem universais,
E nosso cérebro fosse máquina,
E as convenções fossem eternas.
Seria como se no dicionário houvesse apenas 3 ou 4 palavras...

Porém confesso que tal sonho é uma boa,
Frustrado seria se me acordassem à toa.
Se não, talvez, ficasse em coma a vida toda...
No máximo ouvindo ruidos de todo o caos que ecoa.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ser solitário é relacionar-se,
Consigo, com o peito, e com respeito.
É projetar-se no mundo, absorver e ver.

Imirjo no mar com a certeza de sonhar,
Receando afogar-me em mágoas do mundo de lá.
Mas calma, é melhor tranquilizar...
Se for preciso arranjar compromisso,
Não seja por isso,
Eu lhe compro uma máscara de ar.

Sou cosmocidadão, e não vou abrir mão.
Eu não sou de ninguém, sou da civilização.
É impossível sanar toda a minha paixão,
E não adianta ditar regras irracionais, que sou são e sigo bem minha direção.