sexta-feira, 12 de junho de 2009

Em meio a um cenário onde coexistem mais de 500 atos secretos do Senado, auxílios-moradia inconstitucionais pagos a parlamentares, CPI's cujas propostas se ridicularizam pelas disputas desesperadas entre partidos que põem olhos gordos num Brasil que mais parece uma loteria política, e outros milhares de absurdos, muitos deles ainda desconhecidos do povo, o brasileiro de boa formação acaba se tornando refém das tendências da mídia.
Uma coisa, que não se pode provar mas que se pode afirmar com certeza, é que vivemos em um país onde tudo é corrompido, tudo é relacionado e dominado por "oligarquias" que há tempos fixaram suas raízes no poder e ditam as regras, predefinindo o futuro. A imprensa oficial ganha intuitivamente a confiança das massas por ser ela a única disseminadora de notícias e ao mesmo tempo ter como estratégia o argumento de que "fala em nome da sociedade". Porém, ela não é nada senão um olhar, cada vez mais controlado por interesses políticos de quem está no topo. Os jornais mostram uma única face dos fatos, comprometendo claramente a realidade.
Mas ao invés de falarmos sobre realidade, falaremos sobre a verdade. Afinal, qual é a verdade? Somos criados desde pequenos sofrendo a imposição de conceitos, tabus e dogmas, os quais a maioria leva para o caixão. As grandes dualidades, como "o bem e o mal", "o certo e o errado", nos são ensinadas mas nem sempre são realmente fiéis a moral. Separar tudo em dois lados, de um modo, facilita nosso raciocínio mas de outro nos aliena, já que nos impede de enxergar outras perspectivas. E crescemos aceitando essas coisas.
Por isso é muito fácil manipular o ser humano. Enquanto não começarmos a refletir, continuaremos sendo alvo dos grandes interesses e sendo conterrâneos das grandes desigualdades. No Brasil, a ditadura militar teve seu fim em 1985, mas, com ou sem ditadura, nunca houve liberdade e uma das heranças daquela época foi a percepção de que a lavagem cerebral é mais que o suficiente para calar um povo. As elites compartilham o poder, a classe média emburrece e perde o seu caráter contestador, pois está mais preocupada com o seu bolso, e a classe popular é neutralizada pela ausência de investimentos sociais.
Não estou nem aí se o Brasil cresce ou não economicamente, isso não mostra nenhuma melhora estrutural. O país segue um caminho aparentemente irreversível. O que vivemos atualmente é só um começo do que no futuro se transformará num caos administrativo e criará um país sem leis. Onde está a luta de classes? Até que ponto permaneceremos apáticos? Não podemos mais sustentar um sistema que só nos destrói! Não dá pra entender quem se diz direitista mas a favor da justiça. Aliás, eliminemos esse conceito de direita e esquerda, pois está na hora de tirarmos nossos antórios, abrirmos nossa cabeça e criarmos meios de viver em prol da sustentabilidade do ser humano e não da sustentabilidade do capital.
Melhor parar por aqui, antes que eu enlouqueça.

Um comentário:

  1. Gostei muito meu filho.
    Vc está escrevendo muitíssimo bem. Continue assim que vai longe.
    Estou bastante orgulhoso.
    Beijos

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