sábado, 27 de junho de 2009

Jorge Drexler - Eco² (2005)


Jorge Drexler é um daqueles artistas que, após serem ouvidos pela primeira vez, nos deixam com a sensação de termos, finalmente, achado a agulha no palheiro. Esse talentosíssimo cantor e compositor uruguaio se apresentará amanhã (28/06) no Canecão e eu, é claro, não poderia perder essa oportunidade.
Nascido em Montevidéu, no Uruguai, Jorge faz uma mescla de pop, poesia e música eletrônica e tem uma notável influência da música brasileira, já tendo, inclusive, gravado com Maria Rita e composto para um de seus discos, além de ter sido gravado por artistas como Zélia Duncan, Celso Fonseca e Paulinho Moska. Suas músicas têm um ar bem aconchegante, sustentado essencialmente pelo violão e pelas melodias suaves do cantor. Dentre as inúmeras premiações que ganhou mundo afora, acredito que a mais importante foi o Oscar de melhor canção original para "Al Otro Lado Del Río", do filme "Diários de Motocicleta", de Walter Salles.
Estou disponibilizando abaixo o link do meu disco preferido do Jorge Drexler, "Eco²", um relançamento do albúm "Eco", de 2004, com a inserção de 3 faixas bônus, incluindo "Al Otro Lado Del Río". Dentre as pérolas desse disco, destaco algumas, como "Deseo", "Todo Se Transforma", "Don de Fluir" e a própria faixa título.

Espero que vocês curtam!

(2005) Eco²

1 - Eco
2 - Deseo
3 - Todo Se Transforma
4 - Guitarra y Vos
5 - Transporte
6 - Milonga Del Moro Judío
7 - Polvo de Estrellas
8 - Se Va, Se Va, Se Fue
9 - Don de Fluir
10 - Fusión
11 - Salvapantallas
12 - Al Otro Lado Del Río (bônus)
13 - Oda al Tomate (bônus)
14 - El Monte y El Río (bônus)

sábado, 20 de junho de 2009

Plano Concreto

(Daniel Braz)

Calamidades do dia-a-dia,

Que dentro de nós são como pontos.

Fingimos chorar com poucos espantos

E entramos em prantos ao subjetivar.

Também tem miséria coletiva,

Que não nos dá fome e faz engordar.

Pra não lembrar da grana superfaturada,

Que quase sempre rola, que é droga pesada.


Não sei o que faço, mas sei bem o porquê,

E é em função do estrago que eu vivo sem saber.

Quero um plano concreto, nenhum pouco discreto,

E acabar com o veto, finalmente me expressar.


Pra acabar com as mentiras e desilusões,

Pra acabar com a ignorância e suas implicações,

Pra acabar com a covardia, com o não ter o que fazer,

Pra acabar com a apatia, com o karma de padecer.

Pra acabar com a desgraça, que chega e não passa,

Que cega e faz pirraça, que dura e não desgasta.

Pra acabar com a certeza que servem na mesa,

Que nunca tem limpeza, que não tem clareza.


Extravagâncias do dia-a-dia,

Se agravam em nós de tempos em tempos.

Pra não nos culparmos, criamos consensos

Porque, de má fé, só queremos comprar.


Cedo

(Daniel Braz)

Imagens sobrevoam a eternidade sob uma aurora metálica,

seguindo um fluxo estimulado.

O amanhã anoitece no horizonte infinito,

Dentre nuvens e névoas que quebram e flutuam.

Pedras portuguesas, pedras,

Que sofrem o desgaste histórico das tempestades emocionais,

As quais trovejam e tombam como grandes cachoeiras astrais.

Sons e ruídos adentram meu labirinto.

O universo é uma célula que habita um organismo maior

E a cabeça faz e desata nós.

O mundo não é o mesmo quanto parece,

Por mais que pareçamos sós.

As coisas estão claras demais

E minha alma vaga a procura de outros sóis.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Em meio a um cenário onde coexistem mais de 500 atos secretos do Senado, auxílios-moradia inconstitucionais pagos a parlamentares, CPI's cujas propostas se ridicularizam pelas disputas desesperadas entre partidos que põem olhos gordos num Brasil que mais parece uma loteria política, e outros milhares de absurdos, muitos deles ainda desconhecidos do povo, o brasileiro de boa formação acaba se tornando refém das tendências da mídia.
Uma coisa, que não se pode provar mas que se pode afirmar com certeza, é que vivemos em um país onde tudo é corrompido, tudo é relacionado e dominado por "oligarquias" que há tempos fixaram suas raízes no poder e ditam as regras, predefinindo o futuro. A imprensa oficial ganha intuitivamente a confiança das massas por ser ela a única disseminadora de notícias e ao mesmo tempo ter como estratégia o argumento de que "fala em nome da sociedade". Porém, ela não é nada senão um olhar, cada vez mais controlado por interesses políticos de quem está no topo. Os jornais mostram uma única face dos fatos, comprometendo claramente a realidade.
Mas ao invés de falarmos sobre realidade, falaremos sobre a verdade. Afinal, qual é a verdade? Somos criados desde pequenos sofrendo a imposição de conceitos, tabus e dogmas, os quais a maioria leva para o caixão. As grandes dualidades, como "o bem e o mal", "o certo e o errado", nos são ensinadas mas nem sempre são realmente fiéis a moral. Separar tudo em dois lados, de um modo, facilita nosso raciocínio mas de outro nos aliena, já que nos impede de enxergar outras perspectivas. E crescemos aceitando essas coisas.
Por isso é muito fácil manipular o ser humano. Enquanto não começarmos a refletir, continuaremos sendo alvo dos grandes interesses e sendo conterrâneos das grandes desigualdades. No Brasil, a ditadura militar teve seu fim em 1985, mas, com ou sem ditadura, nunca houve liberdade e uma das heranças daquela época foi a percepção de que a lavagem cerebral é mais que o suficiente para calar um povo. As elites compartilham o poder, a classe média emburrece e perde o seu caráter contestador, pois está mais preocupada com o seu bolso, e a classe popular é neutralizada pela ausência de investimentos sociais.
Não estou nem aí se o Brasil cresce ou não economicamente, isso não mostra nenhuma melhora estrutural. O país segue um caminho aparentemente irreversível. O que vivemos atualmente é só um começo do que no futuro se transformará num caos administrativo e criará um país sem leis. Onde está a luta de classes? Até que ponto permaneceremos apáticos? Não podemos mais sustentar um sistema que só nos destrói! Não dá pra entender quem se diz direitista mas a favor da justiça. Aliás, eliminemos esse conceito de direita e esquerda, pois está na hora de tirarmos nossos antórios, abrirmos nossa cabeça e criarmos meios de viver em prol da sustentabilidade do ser humano e não da sustentabilidade do capital.
Melhor parar por aqui, antes que eu enlouqueça.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Introdução

Nunca tive um blog. Imagino que não seja fácil ser dono de um e mantê-lo atualizado semanalmente, sem deixar monótono. Mas, com certeza, pior ainda é postar pela primeira vez. Sobre o que eu escrevo? Como eu começo? Apesar de ter um planejamento na minha cabeça, eu não faço a mínima idéia dos rumos que essa página pode ter... E é por isso que optei por criar um blog com livre-arbítrio. O que seria isso? Muito simples, escreverei sobre o que me der na telha, sobre coisas que me interessam. Cada semana haverá uma surpresa. Como minha maior paixão é a música, farei críticas sobre discos de todas as épocas e de todos os estilos. Também postarei poesias minhas, as quais não costumo divulgar por não ter pra quem mostrar. Falarei sobre o que se passa na minha cabeça, propondo reflexões sobre o que se passa no mundo ou na minha vida pessoal. Por essas e outras, esse blog vai ser, para mim, um desabafo em todos os sentidos.
Mas por que Espelho Translúcido? Bom, como o blog atira pra todos os lados, o leitor hora encontra coisas conhecidas, hora encontra algo inédito. Hora se identifica, hora enxerga além.
Não tenho intenção de fazer publicidade pra promover esse site, portanto, essa introdução é um tiro no escuro, já que quase ninguém vai ler. Divulgarei no boca-a-boca, mas também não estou preocupado com isso. Basta que eu escreva.