sábado, 27 de junho de 2009
Jorge Drexler - Eco² (2005)
sábado, 20 de junho de 2009
Plano Concreto
(Daniel Braz)
Calamidades do dia-a-dia,
Que dentro de nós são como pontos.
Fingimos chorar com poucos espantos
E entramos em prantos ao subjetivar.
Também tem miséria coletiva,
Que não nos dá fome e faz engordar.
Pra não lembrar da grana superfaturada,
Que quase sempre rola, que é droga pesada.
Não sei o que faço, mas sei bem o porquê,
E é em função do estrago que eu vivo sem saber.
Quero um plano concreto, nenhum pouco discreto,
E acabar com o veto, finalmente me expressar.
Pra acabar com as mentiras e desilusões,
Pra acabar com a ignorância e suas implicações,
Pra acabar com a covardia, com o não ter o que fazer,
Pra acabar com a apatia, com o karma de padecer.
Pra acabar com a desgraça, que chega e não passa,
Que cega e faz pirraça, que dura e não desgasta.
Pra acabar com a certeza que servem na mesa,
Que nunca tem limpeza, que não tem clareza.
Extravagâncias do dia-a-dia,
Se agravam em nós de tempos em tempos.
Pra não nos culparmos, criamos consensos
Porque, de má fé, só queremos comprar.
Cedo
(Daniel Braz)
Imagens sobrevoam a eternidade sob uma aurora metálica,
seguindo um fluxo estimulado.
O amanhã anoitece no horizonte infinito,
Dentre nuvens e névoas que quebram e flutuam.
Pedras portuguesas, pedras,
Que sofrem o desgaste histórico das tempestades emocionais,
As quais trovejam e tombam como grandes cachoeiras astrais.
Sons e ruídos adentram meu labirinto.
O universo é uma célula que habita um organismo maior
E a cabeça faz e desata nós.
O mundo não é o mesmo quanto parece,
Por mais que pareçamos sós.
As coisas estão claras demais
E minha alma vaga a procura de outros sóis.