Daniel Braz
Vou à Bahia, pra onde me atrai a vida,
Lá, onde quero estar.
De coração pulsante,
Como eterno amante,
Cujo amor se aprimora.
Me liberto da gaiola dos puruṣārthas,
Em que mora a sociedade dos seres normais,
Preocupados com suas posses e ambições banais.
Não sabem ouvir a voz da vida...
A minha me manda ir pra Bahia,
Não porque aqui seja tão pior que lá,
Mas é errado eu estar, agora, em outro lugar.
Enfim, sou implacável:
Não tolero contradição.
Familiarizado demais com a solidão,
Vivo o que acredito,
Contra a ausência de sentido.
Não adianta apelarem pra segurança,
Sem nunca terem se despido,
Em seu latente sofrimento,
Que, contudo, tem fim,
Junto a ignorância,
E para a mudança nos chama.
Ó, ardente combustão!
Inflama e conduz,
Das trevas à luz!
Quero, pois, estar com ela,
Bancar meu desejo,
Sair dessa cela.
Aqui, estou em repouso,
Atrás das grades.
Me sinto passivo,
Busco atividade.
E, ainda mais,
No pleno gozo das faculdades,
Conheço algo que não se ignora,
Pois registrei na memória,
E sei:
É coisa de apreço,
Que não se joga fora.
Ah... O que há na Bahia me enamora...
Os que me advertem
Não se divertem,
Mas reconheço seu ponto valioso.
Porém, evito olhares sérios.
Sou criança arteira,
Menino treloso.
A vida é brincadeira,
Eu encontrei a minha parceira:
Com quem tudo é mais gostoso!
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