sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Tudo ou nada

Daniel Braz

Confio, sim, em você,
De quem pouco mas muito sei.
Me entreguei, assim mesmo, sem saber.
Pois já sei o bastante sobre mim.
Deixo logo as cartas na mesa,
Vejo um padrão previsível.
Me antecipo.

De você, conheço apenas sua beleza e esse seu lindo jeito
Perfeito... Magnético... Provocante...
O resto pressinto.
Adiante, desilusão inevitável...
Ora, claro, isso também me diz respeito.
Não é algo hipotético, é certeza.
Mas ela se sentiu apaixonada, ou foi cena?
Safadeza? (Risos)
Eis a questão. É o que me pergunto...
Pois de minha parte, eu não minto.

Paciência comigo...
É que cheguei no "tudo ou nada"!
Sim... De antenas ligadas, mas...
Uma aposta com o Diabo já foi feita.
Com ele não há ressarcimento,
Não tem assunto.
Apostei com base em visão privilegiada,
Mas ela pode conter impressão errada.
Ou pode até ser uma cilada (?).

Desfruto, descompensado, este momento
De ter fé na lembrança do que foi,
Sem pensar em receita.
Momento de largar-se em Īśvara,
De lutar com Kṛṣṇa,
Encarar o dever sem bambear.
Não deixar que o medo me paralise
Na obediência à ordem de Durgā.
Sim, pois obedeço, não a mim,
Mas à razão revelada vinda do Alto.
É um caminho em que o amor é o oráculo,
E a bússola, e o antídoto.
Onde brota eu vou num salto.
(Ou, como nesse minuto, nadando a braçada)
É... Com coração não se brinca.
Eu quero é tudo... ou nada!


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