domingo, 26 de setembro de 2010

Para Quícoli, veto do BNDES foi estopim de sua denúncia

Daniel Braz

Perguntado sobre o que motivou sua denúncia a respeito das supostas contas em Hong Kong usadas para depósito de propina, o consultor da companhia EDRB, Rubnei Quícoli, respondeu que a suspensão do empréstimo para financiar seu projeto pelo BNDES foi o estopim. O veto teria se dado logo após sua recusa em pagar comissão a Israel Guerra. Segundo ele, as recentes acusações sobre um possível esquema de tráfico de influência através da empresa Capital Consultoria e Acessória o levaram a apurar a situação de seu financiamento e, então, manifestar-se.

- Quando vi que o contrato que eu tinha, da empresa (Capital), era a mesma (sic), conversei com a empresa (ERDB) e falei: vou me manifestar. Primeiro, chequei no BNDES e deu que o meu projeto estava totalmente anulado. Daí, deu a entender que, realmente, o poder deles, por eu não ter assinado o contrato, foi de vetar. Foi o estopim para mim – desabafou o empresário.

Rubnei Quícoli buscava, em parceira com as companhias ERDB e KVA, um financiamento de R$ 9 bilhões no BNDES para a construção de uma usina de energia eólica no Nordeste, estagnada desde 2002. Porém, relatou que Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, teria cobrado comissão de R$ 5 milhões para intermédio. O contrato seria firmado com a Capital Acessória, entre cujos sócios estão Saulo Guerra, irmão de Israel, e Sônia Castro, irmã do ex-diretor operacional dos Correios, Marco Antônio de Oliveira, cujo genro seria dono das possíveis contas no exterior, segundo Quícoli.

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