sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ousado

Ontem, a convite do meu grande amigo Diogo de La Vega, fui ao Cinematèque, em Botafogo, assistir ao show da banda Os Outros, produzida pelo seu professor de geografia. No final das contas, o que me chamou a atenção não foram Os Outros, e sim, a banda Ganeshas que se apresentou antes.
Dessa vez, não vou me focar nas bandas, quero ser um pouquinho mais abstrato. Mas, de qualquer forma, como eu ia dizendo, os Ganeshas me deixaram realmente muito empolgado. Aquela galera dava um soco na cara dos rótulos, dos paradigmas, preferindo assumir uma identidade que reunisse tudo o que há de bom, sem restrições. Era MPB, funk, soul, blues, rock n' roll, tudo junto, buscando uma sonoridade que transcende qualquer preconceito, que valoriza a música. Enquanto apreciava o show deles, buscava palavras para descrever o que estava ouvindo. Diferente, eclético, inteligente, de bom gosto, maduro. Ousado. Parei nesse último adjetivo e percebi que precisamos muito dele no mundo contemporâneo. Não me refiro apenas à música, minha constatação abrange tudo onde reina o conservadorismo. O conservadorismo é fruto da ignorância, uma dádiva para o capitalismo, que, para garantir que suas jogadas dêem certo, o alimenta ainda mais. Necessitamos de pessoas audaciosas o suficiente para lançar novas idéias que visem tirar o povo da caverna do senso comum.
Atualmente, passo por um fase bastante desesperançosa em relação a situação do nosso país. Andei pensando se, dessa vez, a única alternativa não seria a força. Afinal, o Brasil é uma fraude e o povo não leva mais nenhum político a sério. Não há pra onde correr em vias democráticas, já que todas as instituições são manipuladas. Além do mais, tá tudo errado debaixo dos nossos narizes e ninguém move um dedo a respeito.
Porém, conspirando a nosso favor, temos a internet como meio importantíssimo de obter informações e de trocar idéias com pessoas distantes. Acredito que é possível que pessoas de ponta a ponta do Brasil, inconformadas e querendo pôr planos em prática, consigam trocar conhecimento e articular um golpe. É claro que isso exige tempo, mas, com certeza, muito menos do que o que teríamos que esperar para que as coisas ficassem feias o suficiente a ponto de mobilizar alguma reação em massa, quando, talvez, já fosse muito tarde. Acho que precisamos de algum grupo que tome o poder e boicote todos esses urubus que monopolizam nossa política, assim como fez Vargas com as oligarquias rurais da República Velha. Claro, é muito fácil falar, mas mais fácil ainda é se acomodar com a situação atual.
Dentre as poucas mentes pensantes, eu defendo as revolucionárias. E que se dane a democracia. Não que seja ruim na teoria, mas, na prática, vem sendo um dogma. Tudo é válido, se for para o bem-estar geral. Por isso, sempre estive ao lado de Marx, que, claramente, sabia que nada acontece de uma hora para outra. Não temos provas concretas disso, mas um governo autoritário, a princípio, pode ser uma alternativa de transição, algo que sirva para manter a ordem e, ao mesmo tempo, inserir uma nova mentalidade ao povo. Depois de um tempo, esse regime não será mais necessário, pois o país já terá sido desintoxicado. Enfim, vamos pensar bem sobre assuntos do gênero e buscar abrir nossas cabeças, abranger nossa visão crítica.

Se há alguém aí lendo o que estou escrevendo, peço desculpas pelos 10 dias sem novidades por aqui. Em breve, postarei mais discos e outras coisas que passarem pela minha cabeça.
Até lá!

Um comentário:

  1. Também penso desta mesma maneira .....
    É preciso pulso forte, atitude e coragem para mudar essa vergonha toda.
    Talvez tenhamos que ter alguem governando com o uso da força e muita moral para tentar acabar com essa roubalheira e impunidade geral.

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