sábado, 9 de dezembro de 2017

Erótico: (II) Amor eterno

Daniel Braz

Eterno amante
É o que eu sou.
Condição ingrata?
Aonde ponho tanto amor?

Em meu interior ele brota,
Recheia e transborda.
Com força,
Meu sangue pulsa,
Enquanto você se afasta.
Estranha repulsa.

É o desperdício o que mais me incomoda.
Assunto difícil...
Para onde vai tudo isso?
Sentimento assim não nasce toda hora.
Amor não se joga fora.
Ai de mim...

Para o amor não há tempo ruim.
Deixo os poréns para outros eventos.
E você?
Seguiria meu exemplo?

                     *

À luz da intuição,
Largo para trás apenas o medo.
Realizo a ação.
Entrego, confio, aceito e agradeço.
E, se o acaso me acabar por inteiro,
Tanto melhor.
Dos escombros da ilusão,
Retorno ainda mais forte,
Ainda maior.
Sou eternamente perfeito.
Atento a mim, é o que enfim reconheço.

Derramo, sim, o meu amor,
Com todo apreço,
De graça,
Ciente daquilo que supostamente mereço:
Amor verdadeiro.
Mas não quero cair nessa inútil espera,
Nessa farsa.
Os resultados do que faço nem me pertencem por direito.
Não há nem mesmo um "eu",
Muito menos um "outro".
Dizem por aí ser "tudo" o que é puro "nada".
O que você chama de mau é apenas quimera.
Contudo,
Há apenas amor do fim ao começo,
Em toda era.

                      *

Na esteira da verdade eterna,
Minha alma é de gênio,
Que depende da vida,
Que apenas nesta se inspira.
Desejo uma musa à minha altura.
E você já foi escolhida.
Minha postura é de entrega,
A sua é a de obsessão pelas regras
De um jogo nunca antes jogado,
E que, por isso,
Nunca de fato começa.
Ah... Mas bem que poderia!
(Estou convicto, perdoe a teimosia)
E como eu gostaria!

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