Não resisto ao presente,
À maneira como meu corpo o sente.
Se, então, vejo que todas as forças que em mim lutam
Nele convergem tendo um alvo em comum,
Assumo:
Eis aí minha verdade manifesta,
Na matéria, na aparência, na vontade,
Em ativa passividade.
E por que não respirar outros ares
Quando estes já preenchem minhas narinas?
Decerto, é preciso saber o que sou
Para saber que tipo de ar me mantém mais vivo.
Mas é presente o oxigênio da essência que inspiro,
Por isso nela me inspiro.
Enfim, na atenção a mim,
Objeto imediato,
Desvendo enigmas,
Removo obstáculos.
Pois, meu corpo é planta,
É flor que quer desabrochar.
É rio,
É água que quer fluir.
Minha alma?
A alma é o próprio corpo que quer vida,
Faminto de matéria,
Seu próprio substrato,
Ávido para fecundar, nesta, sua Ideia,
De modo que, mesmo finito,
Da eternidade participo.
Deste princípio, pois, constato:
Dar minha forma à matéria que vivo,
Eis o grande objetivo!
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