Daniel Braz
Desde o começo fluo,
Vazando águas mesmas
Que correm enquanto caem
E caem enquanto sobem,
Sobem enquanto nascem
E nascem enquanto morrem.
Se eu digo que sou, a verdade é que apenas fui,
E somo valores ao que em mim já se inclui.
Afinal, presente é passado criado,
O que em si é necessário,
Pois a natureza nunca dá saltos.
Mudar não é assim tão fácil,
E é preciso mais que um insight
Para libertar-se do que está atrás.
Só conhece a liberdade quem em si mesmo a faz
E vê que não é nada fugaz.
Fugaz é sṛṣṭi, sthiti, laya, é a roda de māyā.
Da ascenção à ascenção,
Do declínio ao declínio
Vai o saṁsara
Em que estamos presos enquanto corpos,
Enquanto moléculas na correnteza de um rio,
Fadadas a um ciclo interminável
Em que na realidade tudo é água.
Dancemos, então, no riso ou em lágrimas,
Entregues e gratos pelo que nos é dado
Já que somos a ação e o resultado,
O criador e o criado.
Prestemos atenção,
O que é eterno e infinito merece ser meditado.
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