Daniel Braz
Se me tranco, protejo meu canto,
Terra sem lei e de um único dono,
Esperando conter o avanço de uma guerra perdida,
Pois não se vence em minoria, sobretudo sem vontade.
Mas no espelho só encontro a minha verdade.
Nem a dele, nem a sua, e como faz falta a alteridade...
Protejo meu canto, escolho a melodia,
E quero sempre a da minha música preferida.
Ou talvez aquela que eu fiz uma vez,
Aquela que não comove qualquer freguês.
Pra que o talento se não gera fortuna?
Pra que a razão se ela é fonte de dúvida?
Pra que preservar se naturalmente não dura?
E pra que temer uma ameaça que é nula?
Tenho medo de um futuro irreconhecível pra mim,
Onde não sei quem sou, e nem como vim.
Um caminho paralelo independente do fim,
Independente de tudo, que só eu percorri.
E se é impossível entender o que acontece aqui dentro,
Jamais saberei o que se passa contigo.
As minhas ideias já não fazem mais sentido.
Como pensar o macro, se não dou conta do micro?
Sobreviver no caos sem unidade de medida.
Identidade, uma arte sem ponto de partida.
Sonhar, desejo que conduz à vida plena.
São belos conceitos para sair da linha reta.
Não tenho mais meta, e assim com certeza é melhor,
Difícil é agir, já que a verdade não é uma só.
Agir é necessário, e exige firmeza,
Por mais que não se tenha certeza... que azar!
Duvidar, exercício pra te tirar da zona de conforto.
O desafio, enfim, é renascer quando já te deram por morto.
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