Ah, esses dias silenciosos...
Salve a sabedoria da página em branco,
Do coração franco,
Da razão dos pensamentos inocentes
Que vem e passam.
Como é plena a paz do olhar sereno,
Incapaz de julgamento,
Porém atento.
Salve a pureza do sentimento,
Com a fluidez da vontade que não teme,
Que, arriscando-se, aprende a viver,
Pois não tem medo de sofrer,
E não tem nada a perder.
Quero poder apreciar a harmonia dos acordes da vida,
Sentir seu aroma,
Deslizar as mãos sobre seu corpo curvilíneo,
Provar seu néctar divino,
Conhecê-la em seu íntimo.
Ouço, então, as coordenadas do instinto,
Curioso como um menino,
Seguindo o caminho contínuo da própria natureza,
Sem frente e verso, dentro e fora,
Ou seja,
Sem qualquer fronteira.